A cegueira incomoda. O “ensaio” sobre ela perturba. Mais ainda em formato de filme com o sincretismo típico da telona. Assistir à adaptação de Fernando Meirelles para o cinema do Nobel “O ensaio sobre a cegueira” (José Saramago) não é fácil. Aliás, é preciso vontade e coragem. Mesmo para aqueles que só “vêem” com os ouvidos, a perturbação é intensa através de efeitos sonoros apurados e oportunos. Para os que vêem, os planos de imagem são “desmesurados” e acabam por mostrar detalhes pouco agradáveis de uma trama fictícia, surreal. Ninguém se olha no olho, nem o personagem, o espectador. O elenco de atores de diversas origens e raças - inclusive com a brasileira Alice Braga - traz a mescla suscetível a cegueira branca. Ou seja, qualquer um e todos nós. Para se comunicar, lógico, usam o inglês. Mesmo assim, há diálogos em japonês. Fora isso, em dois momentos participa a língua portuguesa (finalmente!). Hora um locutor de rádio a falar em português de Portugal, hora, (também através das ondas do rádio), uma música brasileira de raiz. E só. Meirelles traduz com o cinema o que Saramago escreve com suas palavras precisas. Se o português diz ter preferido o filme ao livro, afirmo ter preferido o livro. Mas essa é uma outra questão. Um tanto passional, talvez. O que importa mesmo é que o enredo não passa de uma grande figura de linguagem que chama a atenção para o quanto a sociedade acaba por ser cega. Carecemos de olhos para realmente enxergar. Viva a obra universal de Saramago, viva o cinema “brasileiro” de Meirelles.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
Aos pais (e mães)
sábado, 2 de agosto de 2008
Chances miúdas
As chances são miúdas como o rápido abrir e fechar das portas: abrem-se e fecham-se o tempo todo.
É incessante o movimento anterior e posterior.
Em qualquer ordem, abrir e fechar, fechar e abrir,
Para frente e para trás,
O barulho, a fechar
A vida, a abrir
O barulho, a fechar
A vida, a abrir
A barulhar
Algo sempre a incomodar
O fino feixe de luz a entrar por debaixo da porta
Algo sempre a incomodar
O fino feixe de luz a entrar por debaixo da porta
A fechar, a abrir, a fechar.
A apertar os olhos
A escurecer, a iluminar, a escurecer a realidade
Anos a mais. O tempo a voar.
A apertar os olhos
A escurecer, a iluminar, a escurecer a realidade
Anos a mais. O tempo a voar.
domingo, 27 de julho de 2008
Homem personagem (jornalista)
O homem personagem passou a escrever reportagem-depoimento. Euclides Oliveira, repórter do jornal A Cidade, de Ribeirão Preto (SP - Brasil), publicou hoje a sua quinta matéria em que relata tudo em primeira pessoa.
Pela primeira vez, em nove anos de carreira, diz deixar a técnica do texto jornalístico de lado para assumir a vida de seus entrevistados mais humildes e contar nas edições de domingo. "Colocar-me como personagem de uma situação e utilizar o 'Eu' em um texto com enfoque jornalístico não é muito usual. O texto pode ficar chato, se não houver algumas pitadas de humor", diz Oliveira.
O desenvolvimento de cada pauta fica a cargo da editora executiva do A Cidade, Rosana Zaidan. Ela acompanha o antes, durante e depois de cada sentença do homem personagem. "É importante o jornalista trocar de papel. Isso humaniza e 'desengessa' o jornalismo", afirma Rosana.
O homem personagem já foi usuário de ônibus urbano das linhas de Ribeirão Preto, transeunte das ruas (em más condições) da cidade, usuário do SUS na UBDS Central, vendedor ambulante de goiaba no calçadão e atendente em ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) http://www.jornalacidade.com.br/noticias/70295/longa-jornada-na-ambulancia-do-samu.html.
domingo, 29 de junho de 2008
Alvura e "negrura"
domingo, 8 de junho de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
(fim da) picaaada!
"Mordida do mosquito (...) que tem que ser morto no berço".
É lindo o "despojamento" do chefe de Estado do país onde nasci.
A citação foi num discurso no sábado, 26/4/8, em SP, no lançamento da campanha da vacinação contra a gripe.
O presidente Lula disse isso em referência ao mosquito Aedes aegypti.
Espero que seus subordinados cuidem de dizimar o mosquito de uma forma mais eficiente do que como ele se expressa.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Transporte alternativo
Deixe seu carro em casa.
Seja lá a máquina potente e "bela" que você tenha,
Seja lá o fenômeno sociológico que for.
Encontre e proponha formas alternativas de transporte.
Com bom senso, respeito ao outro e à natureza, vale tudo!
Deixar seu carro em casa pode significar menos estresse e mais saúde.
Pense nisso, aja com coerência.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Queda do império
Palmeiras,
Sabiá
vão acabar!?
O "bem estar"
em detrimento
da identidade!?
Plantemos árvores
frondosas, majestosas e imperiais
no além das nossas cidades e
no centro, mas de nós mesmos...
domingo, 6 de abril de 2008
sábado, 5 de abril de 2008
lisboeta
Os cidadãos estáticos
nas suas
estáticas manifestações!
A obra de arte urbana quase ofusca o belo prédio
da Câmara de Lisboa.
Quase ofusca o que não há mais de participação popular.
"Que remédio? É pena ficar só na saudade de outras eras".
segunda-feira, 31 de março de 2008
sexta-feira, 21 de março de 2008
quarta-feira, 19 de março de 2008
Segredinho de vizinha
uso e reúso
domingo, 16 de março de 2008
Pen pal
"a person with whom one keeps up an exchange of letters,
usually someone so far away that a personal meeting is unlikely"
in Dictionary.com
usually someone so far away that a personal meeting is unlikely"
in Dictionary.com
A espanhola Trinidad é beijada pela pen pal brasileira Elisabete
A expectativa era grande, pois só se conheciam por fotos e textos. Nunca se deram sequer um telefonema. Mesmo assim, o conhecimento que uma mostra ter sobre a vida da outra ultrapassa seus rostos estampados nas fotos. Afinal, contaram sobre suas vidas com uma freqüência quase que mensal, cerca de 400 cartas e e-mails trocados até hoje.
Elas trocam correspondências entre si há mais de 33 anos. No início, eram cartas. Hoje, e-mails. Recentemente, a definição de pen pal ou pen friend deixou de se adequar ao caso delas. Após mais de três décadas, Elisabete teve a chance de visitar Trinidad na Espanha. O itinerário: de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para Valéncia, no litoral da Espanha.
A expectativa era grande, pois só se conheciam por fotos e textos. Nunca se deram sequer um telefonema. Mesmo assim, o conhecimento que uma mostra ter sobre a vida da outra ultrapassa seus rostos estampados nas fotos. Afinal, contaram sobre suas vidas com uma freqüência quase que mensal, cerca de 400 cartas e e-mails trocados até hoje.
Hoje, a brasileira é empresária, tem três filhos e dois netos . A espanhola é freira e diretora de um colégio católico, onde mora junto com mais quatro religiosas.
Um fim de semana para se conhecer pessoalmente e, segundo elas, comprovarem detalhes que só a presença física pode confirmar. Por exemplo, o tom da voz, as gesticulações. "Escrevo para a Bete da minha sala durante o intervalo e almoço dos alunos. Tenho a conversa das crianças no fundo e isso embala o meu texto", relata Trinidad.
Durante a visita, enquanto colocavam as conversas em dia, emocionavam-se em um momento e outro ao recontarem fatos que lhes marcaram. Para Bete, o casamento, o nascimento dos filhos, a morte do pai. Para Trini, ser ordenada freira, ter morado na Itália. No álbum de fotos de família que Trini mostrou, algumas páginas estavam reservadas para Bete. Praticamente, quase toda a vida da brasileira está contada pelas imagens que foram sendo enviadas ao longo de três décadas.
Sobre o início das correspondências, elas contaram que forneceram seus endereços nas faculdades onde estudavam - Bete no Brasil e Trini na Espanha, no começo da década de 70 - para praticar o idioma da outra. Bete sempre escreveu em português e Trini em espanhol.
Ao fim da visita, um beijo e abraço apertado. Afirmam que dificilmente se reencontrarão, apesar dos convites. Mesmo assim, fica a promessa da troca contínua da "sagrada" correspondência.
quinta-feira, 6 de março de 2008
lixo
em primeiro lugar,
é problema
é problema
SEU!
Ps. Jogar no chão, nem que seja um "papelzinho de bala", é tão desrespeitoso quanto jogar uma tonelada inteira de lixo.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
No Brasil os brasileiros em primeiro?
Nada mais agradável do que a sensação gerada pela manchete: "Reservas internacionais superam dívida externa". "Grandíssima conquista do governo Lula, histórica", comemora-se por aí.
Mas, será que isso é suficiente para nos fazer esquecer de todo o processo de produção de pizza do qual os petistas e colegas do conluio participaram e participam desde a - não menos histórica - tomada de posse do (ex-)sindicalista, em 2003?
Será que, mesmo com tantos auxílios do governo, as incontáveis famílias miseráveis do país vão passar a gozar de mais eqüidade social?
E meus netos? Eles irão à floresta amazônica a tempo de sentir a umidade natural que só o maior viveiro do mundo proporciona? E os seus?
Voltando ao fato positivo (que não redime a pizzaria), a sensação gerada com a tal notícia pode ter um efeito muito positivo em todo o Brasil, em diversos setores da economia.
Um paralelo. Um tanto longe de se tornar a potência que a Espanha passou a ser após a sua entrada para a União Européia em 1986, o Brasil com a sua dívida externa "quitada" - sem qualquer perdão - pode estar prestes a vivenciar a melhor das épocas da sua economia. Além do aumento no número de empregos formais, do maior poder de consumo dos brasileiros, para nomear alguns sucessos da fase. Brasileiros orgulhosos de seu país!? É de se comemorar, sim.
Entretanto, temos que ficar muito atentos. A agradável sensação poderá se tornar nula, caso a desigualdade social não seja superada de alguma forma, se o desmatamento da floresta amazônica não for imediatamente impedido com mãos de ferro ou se parlamentares e administradores públicos corruptos não receberem as devidas punições prontamente.
Com outros problemas sanados, o "caldo" do orgulho nacional só engrossará. Estou ansiosa por esse orgulho. Quero ouvir "no Brasil os brasileiros primeiro!". Numa apologia livre a partir do protesto espanhol, no último dia da hispanidade, 12 de outubro. Na foto, em Valencia.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Ready steady
Pronto para o ataque?
Ou será paquera?
Sensualidade, talvez?
Trinta minutos na mesma: cão X gato!
Cabeção de cão, cabeça de gato.
O quê pensa um, o quê pensa outro?
Ou se pensa com o estômago, digo, instintivamente?
Ataque, paquera, sensualidade.
Husky pronto para o bote!
Mas por que o gato ficou ali parado, hipnotizado?
Que bote se terá sucedido?!
Assinar:
Postagens (Atom)