quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

No Brasil os brasileiros em primeiro?


Nada mais agradável do que a sensação gerada pela manchete: "Reservas internacionais superam dívida externa". "Grandíssima conquista do governo Lula, histórica", comemora-se por aí.

Mas, será que isso é suficiente para nos fazer esquecer de todo o processo de produção de pizza do qual os petistas e colegas do conluio participaram e participam desde a - não menos histórica - tomada de posse do (ex-)sindicalista, em 2003?

Será que, mesmo com tantos auxílios do governo, as incontáveis famílias miseráveis do país vão passar a gozar de mais eqüidade social?

E meus netos? Eles irão à floresta amazônica a tempo de sentir a umidade natural que só o maior viveiro do mundo proporciona? E os seus?

Voltando ao fato positivo (que não redime a pizzaria), a sensação gerada com a tal notícia pode ter um efeito muito positivo em todo o Brasil, em diversos setores da economia.

Um paralelo. Um tanto longe de se tornar a potência que a Espanha passou a ser após a sua entrada para a União Européia em 1986, o Brasil com a sua dívida externa "quitada" - sem qualquer perdão - pode estar prestes a vivenciar a melhor das épocas da sua economia. Além do aumento no número de empregos formais, do maior poder de consumo dos brasileiros, para nomear alguns sucessos da fase. Brasileiros orgulhosos de seu país!? É de se comemorar, sim.

Entretanto, temos que ficar muito atentos. A agradável sensação poderá se tornar nula, caso a desigualdade social não seja superada de alguma forma, se o desmatamento da floresta amazônica não for imediatamente impedido com mãos de ferro ou se parlamentares e administradores públicos corruptos não receberem as devidas punições prontamente.

Com outros problemas sanados, o "caldo" do orgulho nacional só engrossará. Estou ansiosa por esse orgulho. Quero ouvir "no Brasil os brasileiros primeiro!". Numa apologia livre a partir do protesto espanhol, no último dia da hispanidade, 12 de outubro. Na foto, em Valencia.

6 comentários:

Salathiel Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Salathiel Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Salathiel Oliveira disse...

Há tempos que a dívida externa não é o grande problema do Brasil.

Temos hoje uma dívida interna de cerca de um trilhão de reais atrelados principalmente à taxa Selic.

Ela beneficia pequena parcela da população e algumas empresas que compram esses títulos, aplicando-os no mercado financeiro.
Nos livrar do peso da dívida externa vai permitir ao País pagar juros menores no pagamento da dívida interna aos bancos nacionais e internacionais - que detêm a maioria dos títulos e ficam com 60% da arrecadação da União?

Os anos 80 já ficaram para trás...

Salathiel Oliveira disse...

Aliás, a classe política dominante veiculou essa "mensagem austera" apenas para cobrir os escândalos atuais, que estão começando a pipocar...

O problema do Brasil é o brasileiro: Porque a classe política é apenas a sua representação...

mmeira disse...

o Brasil bem q poderia entrar na União Europeia também, né?
=D

A. Pepe disse...

Falou e disse, Mari.
Nosso país é tão grande e tão próximo da UE q nem atrapalharia a vida do bloco! Rs.
beijoca