segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ich bin keine Berliner


Lembro-me da professora de geografia nas aulas da quinta série reclamando do livro desatualizado.

O muro já tinha caído, mas ainda tínhamos duas Berlins nas páginas. A história que me contaram da cidade dividida era inconcebível. Quem em sã consciência haveria de bloquear a passagem com um muro? Na altura cruzava o Brasil de fora a fora no banco de trás da camionete dos meus pais. Milhares de quilômetros a cada ano sem nada nem ninguém nos bloquear o caminho.

Ich bin keine Berliner, mas, vinte anos depois - ainda sem ter ido a Berlim - assisto a uma festa que me faz emocionar. Mesmo sem ter tido o meu direito de ir e vir usurpado, também comemoro a liberdade reconquistada dos alemães em 89.
Ah e quantas histórias de tantas pessoas hoje na Alemanha, em Paris, em Ribeirão. Quantos garotos que hoje estiveram na porta de Bradenburgo que jamais souberam o que foi a Berlim dividida. Quanta alegria ao derrubar aquelas peças de dominós gigantes. Também fiz força para empurrá-las.
Paris também se preparou para a festa. Fez uma celebração digníssima na praça da Concórdia. Mesmo com o caos causado pela greve de RER (o trem urbano), o frio de lascar que voltou pra valer (mínima de 3 graus), a noite prematura... o dia será lembrado daqui 20 anos.

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